Divertido porque a narrativa de Llosa tem ares de travessura de menino. Relatórios e documentos oficiais do exército, cartas, programas de rádio e recortes de jornais trazem a veia humorística ao texto, tornando-o leve e hilário ao mostrar como a burocracia pode tratar de assuntos como sexo, prostituição, bebedeiras...
Desafiador porque o leitor de Pantaleão e as visitadoras não pode ser um leitor passivo, ele deve perceber a meticulosa construção da narrativa: diálogos de duas cenas misturados; relatórios, cartas e todo tipo de documento recheados de palavreado oficial e cheios de eufemismos.
Engana-se quem acredita que este livro é apenas safado, debochado, pode-se perceber a inteligência e sutileza do autor ao criticar a vida militar e sua burocracia, os falsos líderes religiosos e sobretudo a sociedade e suas hipocrisias.
Deixo a foto e os dados da edição da Alfaguara, pois a que tenho é a da antiga Biblioteca Folha de 2003. Excelente tradução de Heloisa Jahn.
Recomendo a leitura fortemente!
Pantaleão e as visitadoras Mario Vargas Llosa Editora Alfaguara 246 páginas |
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