quinta-feira, 18 de janeiro de 2018 0 comentários

Pantaleón e as visitadoras

          Férias chegando ao fim 😢 e, é exatamente nesse momento que o livro Pantaleão e as visitadoras de Mario Vargas Llosa caiu como uma luva. Acompanhar a trajetória de Pantaleão Pantoja pela Amazônia peruana a fim de cumprir a importante missão de montar um serviço de "visitadoras" para os soldados isolados em guarnições perdidas e que vinham transformando-se em estupradores é, ao mesmo tempo, divertido e desafiador.
          Divertido porque a narrativa de Llosa tem ares de travessura de menino. Relatórios e documentos oficiais do exército, cartas, programas de rádio e recortes de jornais trazem a veia humorística ao texto, tornando-o leve e hilário ao mostrar como a burocracia pode tratar de assuntos como sexo, prostituição, bebedeiras...
          Desafiador porque o leitor de Pantaleão e as visitadoras não pode ser um leitor passivo, ele deve perceber a meticulosa construção da narrativa: diálogos de duas cenas misturados; relatórios, cartas e todo tipo de documento recheados de palavreado oficial e cheios de eufemismos.
           Engana-se quem acredita que este livro é apenas safado, debochado, pode-se perceber a inteligência e sutileza do autor ao criticar a vida militar e sua burocracia, os falsos líderes religiosos e sobretudo a sociedade e suas hipocrisias.
           Deixo a foto e os dados da edição da Alfaguara, pois a que tenho é a da antiga Biblioteca Folha de 2003. Excelente tradução de Heloisa Jahn.
           Recomendo a leitura fortemente!


Pantaleão e as visitadoras
Mario Vargas Llosa
Editora Alfaguara
246 páginas

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018 0 comentários

Marrocos na visão de duas escritoras espanholas

          O Marrocos habita a minha imaginação há muito tempo e a leitura de O tempo entre costuras de María Dueñas e Beijos de areia de Reyes Monforte só fez a minha curiosidade sobre esse país aumentar.
          A RTVE (rádio e televisão espanhola) tem na sua programação um programa sobre livros que tenho acompanhado há algum tempo chama-se Libros con wasabi, e foi nesse programa que, após acompanhar as entrevistas das duas autoras espanholas, tive o meu interesse despertado para conhecê-las.
          O tempo entre costuras é um livro que na já sua primeira edição,  2010, marca a estreia e o primeiro grande sucesso da autora María Dueñas. O destino empurra Sira Quiroga, jovem costureira, para um mundo cheio de glamour e riquezas, mas cobra o seu preço: missões obscuras e perigosas em uma Espanha  devastada pela guerra (Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial) e um Marrocos exótico e perigoso.  Madri, Tanger, Tetuán, Lisboa fazem a ambientação perfeita para o desenvolvimento de lindas estórias de amor e lealdade, mas também de espionagem, traições e fugas.
          Beijos de areia de Reyes Monforte denuncia uma dura realidade que ainda existe camuflada nas escaldantes areias do Saara. Duas estórias de amor se entrelaçam para devolver a exótica Laia  sua felicidade roubada por representantes do seu passado nos acampamento de Dajla.  Aventura apaixonante que mistura a Espanha cosmopolita  e as dunas do Saara Ocidental.
          Textos escritos com inteligência e emoção, personagens femininas fortes e lutadoras.
           Duas leituras, duas estórias de amor recomendadíssimas para as férias.😍











O Tempo entre costuras
María Dueñas
2010
Editora Planeta
477 páginas





Beijos de areia
Reyes Monforte
2014
Editora Planeta
413 páginas
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018 0 comentários

Releitura de ano novo

          Para começar o ano de 2018, resolvi reler o primeiro livro da Saga dos Plantagenetas: Prelúdio de sangue da escritora inglesa Jean Plaidy. E por que reler? Li dois livros da saga no formato e-book, e querem saber? Detestei a leitura, não do texto, mas o aparelho me incomodou muito na ocasião.
          Como tudo na vida é questão de costume, agora posso dizer que, após quatro anos de uso do Lev (e-reader Saraiva), estou bastante feliz com as leituras que faço com ele. E, também, como tudo na vida não são flores, tenho muitas reclamações quanto ao serviço da Saraiva.
          Uma empresa como a Saraiva devia prezar pelo bom atendimento de seus produtos eletrônicos, e-books e e-readers, mas não é o caso. No ano que passou, comprei e fiz a leitura do ... E o vento levou de Margaret Mitchell pelo Lev, o e-book apresentou problemas durante a leitura, várias vezes tentei entrar em contato com a empresa e depois de esperas enormes ao telefone, não consegui passar nem pela atendente eletrônica Sara (hahaha), desisti e terminei o livro zoado mesmo.
          Já ia esquecendo:  ... E o vento levou de Margaret Mitchell vale a leitura do calhamaço, principalmente ao apresentar aspectos interessantes da guerra civil americana (Guerra de Secessão) e o desafiante romance entre Scarlett e Rhett Butler, mas Scarlett O'Hara entra, sem nenhuma dúvida para a minha lista das protagonistas mais detestáveis.
           Para completar o assunto, preciso lembrar de A jornada de Ruth de Donald McCaig  que é um livro que apresenta a história de Mammy desde São Domingos, onde nasceu, até Tara, onde tornou-se babá e anjo da guarda das jovens meninas O'Hara. Donald McCaig segue o mesmo estilo de Margaret Mitchell e conta essa história de maneira articulada e interessante. Mas, somente no  ... E o vento levou , único livro escrito por Margaret Mitchell, as personagens ganham brilho e audácia inimagináveis.
         
A jornada de Ruth
Donald McCaig
Editora Record
406 páginas

Prelúdio de sangue
Jean Plaidy
Editora Bestbolso
420 páginas

... E o vento levou
Margaret Mitchell
Editora Itatiaia
962 páginas





Três leituras, três histórias apaixonantes. Escolha a sua!
           Bom ano de 2018 e boas leituras!!!
 
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